A bancada federal do Piauí demonstrou preocupação com a possibilidade de o veto presidencial ao projeto que amplia o número de deputados federais ser mantido pelo Congresso Nacional. Embora todos os parlamentares do estado tenham votado a favor da proposta tanto na Câmara quanto no Senado, o risco de recuo no apoio, por influência da crescente rejeição popular à medida, tem gerado apreensão.
O projeto de lei complementar previa o aumento de 513 para 531 deputados federais, com impacto anual estimado em R$ 65 milhões, considerando salários, benefícios e estrutura para os novos parlamentares. O texto foi aprovado no Senado com o número mínimo necessário de votos (41) e obteve 270 votos na Câmara, apenas 13 acima do mínimo exigido.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu vetar a proposta, seguindo a orientação do Ministério da Fazenda. A pasta, comandada por Fernando Haddad, alegou falta de previsibilidade orçamentária e possível violação da Lei de Responsabilidade Fiscal.
Para o deputado Júlio César (PSD), será difícil reunir os votos necessários para derrubar o veto. Ele lembrou que a aprovação do projeto já havia exigido articulação intensa e que o Piauí será um dos estados mais prejudicados, com a perda de duas vagas na Câmara e seis na Assembleia Legislativa.
Já o deputado Merlong Solano (PT) lamentou os efeitos da possível perda de representatividade política. Segundo ele, a queda no número de parlamentares enfraquece a articulação do estado no Congresso e prejudica sua capacidade de influenciar decisões nacionais.
