A tuberculose, apesar de ser uma doença antiga e com tratamento disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), ainda representa um grave problema de saúde pública. Em Picos, a preocupação aumentou após o crescimento dos casos confirmados neste ano. Até o momento, já foram diagnosticados 20 pacientes, número que ultrapassa os 19 registros feitos em todo o ano passado.
De acordo com profissionais de saúde, o diagnóstico precoce continua sendo o maior desafio. Em 2025, três pessoas perderam a vida na cidade em decorrência da doença, todas diagnosticadas tardiamente. “Precisamos avançar na detecção precoce para reduzir tanto a incidência quanto os casos graves que levam ao óbito”, destacou Gilberto Valentim – Coordenador do PAN de Picos.
A tuberculose é causada pelo bacilo de Koch, bactéria que atinge, em cerca de 80% dos casos, os pulmões, embora possa comprometer outros órgãos. A transmissão ocorre principalmente por partículas eliminadas pelo sistema respiratório de pessoas infectadas. Segundo o Ministério da Saúde, a cada ano 10 milhões de pessoas adoecem por tuberculose no mundo, resultando em mais de 1 milhão de mortes. No Brasil, são registrados anualmente cerca de 84 mil novos casos, com aproximadamente 6 mil óbitos.
O relato de quem enfrentou a doença
Elisângela, hoje adulta, descobriu aos 15 anos que estava com tuberculose. Os sintomas se arrastaram por meses até que ela procurou atendimento médico. “Eu tinha longos períodos de gripe intensa, sudorese noturna, tosse excessiva, tontura, falta de apetite e ainda feridas na região nasal. Foi só após uma série de exames que veio a confirmação da doença”, relembrou.
O tratamento, oferecido gratuitamente pelo SUS, dura no mínimo seis meses. É feito com comprimidos combinados que reúnem rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol. Os quatro primeiros meses exigem acompanhamento rigoroso. A adesão integral ao tratamento é fundamental para a cura, já que a interrupção pode gerar resistência bacteriana e comprometer os resultados.
Diagnóstico e prevenção
Os exames de escarro são o principal método para confirmar a presença da bactéria. Pacientes com imunidade comprometida apresentam maior risco de desenvolver a doença. Por isso, autoridades de saúde reforçam a importância da atenção aos sintomas persistentes e da procura imediata por atendimento médico.



















