Cinco trabalhadores foram resgatados em situação análoga à escravidão no município de Caldeirão Grande do Piauí, localizado no Sul do Estado, durante uma operação conjunta que envolveu a Polícia Federal (PF), o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e a Defensoria Pública da União (DPU), com o apoio do Ministério Público do Trabalho no Piauí (MPT-PI).
A ação, realizada nesta semana, faz parte de uma força-tarefa interestadual de combate ao trabalho escravo que percorreu municípios do Nordeste, como Juazeiro do Norte (CE), Araripina (PE), Exu (PE) e Parnamirim (PE). Ao todo, 20 pessoas foram libertadas em diferentes locais.
Em Caldeirão Grande, os fiscais encontraram os trabalhadores em uma pedreira, sem condições mínimas de moradia e higiene. Os alojamentos eram improvisados, sem banheiros adequados, água potável ou equipamentos de proteção, e as jornadas de trabalho ultrapassavam os limites legais.

Segundo o Ministério Público do Trabalho, nenhum dos empregados tinha registro em carteira, e as normas de segurança e saúde laboral eram completamente ignoradas. O procurador do Trabalho Edno Moura, coordenador regional de combate ao trabalho escravo, destacou a gravidade da situação.
“As condições encontradas são degradantes e atentam contra a dignidade humana. O trabalho escravo contemporâneo ainda persiste e precisa ser enfrentado de forma rigorosa e permanente”, afirmou.
Este é o primeiro caso registrado em território piauiense em 2025. Entretanto, trabalhadores do Estado também foram resgatados em outras regiões do país, incluindo Pacatuba (CE), Magalhães de Almeida (MA), Gentio do Ouro (BA) e Porto Alegre do Norte (MT), onde atuavam na construção civil e na extração de carnaúba.
O MPT reforçou que denúncias podem ser feitas anonimamente por meio do site www.prt22.mpt.mp.br/servicos/denuncias, pelo WhatsApp (86) 99544-7488, ou presencialmente nas unidades do órgão em Teresina, Picos e Bom Jesus.