A cidade de Picos registrou 141 ocorrências de incêndio em vegetação apenas no mês de julho deste ano, um aumento alarmante de 56% em comparação ao mesmo período de 2024. O dado, divulgado pelo Corpo de Bombeiros, acende um alerta pois o aumento expressivo ocorre antes mesmo do início do período historicamente mais seco do ano, que compreende os meses de agosto e setembro.
Segundo o comandante da corporação em Picos, capitão Rangel Martins, em entrevista a Rádio Grande FM, a temporada de queimadas se antecipou, com um crescimento notável dos focos desde o mês de maio. “Até a última semana, chegamos ao número de 141 ocorrências de incêndio de vegetação. A tendência é que os meses de agosto e setembro concentrem os maiores picos, chegando a até cinco ocorrências diárias”, alertou o comandante.
Esse aumento precoce gera um forte impacto na capacidade de atendimento da corporação. “Além das ocorrências naturais e estruturais como incêndio residencial e comercial, salvamento de animais e acidentes de trânsito, temos lidado com um crescimento expressivo dos focos de vegetação. Isso gera grandes gastos com combustível e água, além do comprometimento da logística operacional”, explicou Martins, citando que uma única ocorrência pode consumir até 20 mil litros de água.
O comandante lamenta que muitas situações poderiam ser evitadas. “Às vezes é um foguinho ali que se coloca no lixo, e ele se espalha numa área gigantesca”, disse. Ele reforçou que, embora o Corpo de Bombeiros realize ações de conscientização, não possui poder de fiscalização ou punição. A ajuda da população é, portanto, fundamental. “O que a população pode fazer é nos ajudar com denúncias aos órgãos competentes, produzindo fotos e vídeos das pessoas que colocam fogo. Isso é um crime ambiental”, orientou.
Diante da antecipação da temporada de queimadas e da previsão de um cenário ainda mais crítico, o Corpo de Bombeiros reforça o apelo por colaboração. Denúncias de incêndios criminosos podem ser feitas à Polícia Civil, à Polícia Militar (em caso de flagrante) ou ao órgão ambiental do município, sendo essa uma ferramenta essencial para coibir a prática e evitar danos maiores ao meio ambiente e à segurança pública.
