O senador Ciro Nogueira (PP-PI) afirmou nesta quarta-feira (6) que não assinou e não assinará o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, classificando a iniciativa como “impossível” devido à falta de votos necessários. A declaração gerou revolta entre parlamentares bolsonaristas e aliados conservadores, que passam a cobrar alinhamento com pautas de anistia e críticas ao STF.
Em entrevista ao portal Metrópoles, Nogueira explicou: “Não assinei e não vou assinar o pedido de impeachment do ministro Alexandre. Porque é uma pauta impossível. Nós não temos 54 senadores para aprovar. E aqui fala uma pessoa que, durante meus 32 anos de mandato, se tornou uma pessoa muito pragmática. Não perco tempo com pautas que não vão ter sucesso”
O senador reforçou que, embora mantenha cordialidade com colegas do Centrão e com o presidente Jair Bolsonaro, não vê viabilidade numérica nem política para levar adiante o processo de impedimento de Moraes, considerando o placar insuficiente no Senado.
A reação na base bolsonarista foi imediata. Nas redes sociais, líderes conservadores passaram a classificar Nogueira de “traidor”. O pastor Silas Malafaia, por exemplo, o chamou publicamente assim após a recusa em apoiar o impeachment. Também surgiram mensagens de ameaça de boicote a projetos e votações articulados por Nogueira, pressionando-o a aderir à pauta de anistia e à disputa política contra o STF.
Sem o apoio mínimo para abrir processo de impeachment — são necessários 54 votos em plenário —, a proposta permanece sem andamento concreto. A insatisfação da ala bolsonarista, porém, pode gerar atritos internos no PP e no Centrão nas votações futuras. Enquanto isso, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), mantém-se reticente sobre levar o tema ao plenário, aguardando o posicionamento definitivo dos partidos.