Uma mulher moradora de Picos, revelou ter sofrido retaliações por parte da igreja que frequentava após denunciar o companheiro por violência doméstica e obter na Justiça uma medida protetiva de urgência. O caso chegou ao conhecimento do Ministério Público do Estado do Piauí (MP-PI), que anunciou a realização de uma audiência pública para orientar a população sobre os direitos das vítimas de violência.
De acordo com a promotora de Justiça Romana Vieira, a vítima relatou que, após o registro da denúncia e a concessão da medida protetiva, foi impedida de participar de atividades internas da igreja, embora não tenha sido formalmente proibida de frequentar o templo.
O caso foi relatado em um documento psicológico anexado à medida protetiva, segundo a promotora. “Ela teve seus direitos cerceados dentro da instituição religiosa e relatou que a igreja ficou do lado do agressor. Inclusive, foi orientada a retirar a medida protetiva, o que ela não fez”, afirmou Romana Vieira.
A mulher optou por não formalizar denúncia contra a igreja, mas a promotoria considerou o caso grave e exemplar da necessidade de fortalecer a rede de apoio e esclarecimento às vítimas, especialmente quando enfrentam pressões externas para renunciar à proteção garantida por lei.
A audiência pública prevista pelo MP-PI buscará justamente esclarecer os direitos das vítimas e reforçar a importância do cumprimento das medidas judiciais, além de conscientizar instituições sociais e religiosas sobre a responsabilidade de apoiar mulheres em situação de vulnerabilidade.